sábado, 27 de outubro de 2012

[Tradução] Entrevista para Reuters

O site da Reuters publicou recentemente uma entrevista com Tori, na qual além de falar sobre o novo disco, ela discute a noção de que a própria é uma inspiração para uma série de outras cantoras e compositoras norteamericanas. O link foi retirado do facebook do Tori Amos Jp, e logo abaixo você lê a tradução completa da matéria. Para ler a original, LINK.




TORI AMOS DÁ NOVA VIDA A ANTIGAS CANÇÕES EM "GOLD DUST"

(Reuters) – Tori Amos já se apresentava em bares e boates desde os 13 anos de idade, mas a nova turnê e álbum da pianista e compositora marcam 20 anos desde o lançamento de seu estrondoso debut solo, o álbum “Little Earthquakes”.


Durante o mês de outubro, Amos, 49 anos, excursionou para apresentar canções de seu
novo álbum “Gold Dust”, no qual reinterpreta hits das últimas duas décadas, acompanhada
pela Metropole Orchestra. O álbum, lançado em 2 de outubro, é consecutivo a seu ciclo de canção “Night of Hunters” (2011), também inspirado em música erudita.

Amos, uma musicista de treinamento clássico, conversou com Reuters sobre “Gold Dust”, bem como sobre a abertura que seu trabalho criou para outras cantoras-compositoras norteamericanas.

Q. Quão difícil foi gravar e excursionar em suporte ao “Gold Dust”, tocando com todas essas orquestras diferentes?

A. Foi uma jornada arrepiante – tive de aprender que a orquestra é uma entidade – uma criatura. Acabei por chamá-la de dragão e o condutor é o domador. E você apenas tem de... Conduzi-lo, não soltá-lo, e assim ficará tudo bem. Então é um tango, é afastar e aproximar, respondendo um ao outro, inspirando um ao outro. E foi daí que de fato surgiu o romance de “Gold Dust”.

Q. Foi desafiador regravar e reinterpretar canções antigas?

A. Precisei da compreensão de que iria ao encontro de canções que já conheço há tempos, algumas nesses últimos 20 anos. É preciso também que se olhe para quem elas eram quando você as conheceu, e quem elas se tornaram. Então muitas das canções em “Gold Dust” agora tem uma história por conta das experiências de outras pessoas, pessoas que me paravam, conversavam comigo... Numa cafeteria, ou num aeroporto, ainda na entrada de casas de show, me contando sobre sua experiência com a canção.

Q. Você pode nos dar um exemplo de como o significado de uma canção mudou, passados 20 anos?

A. Bem, Winter, quando a escrevi, era muito mais do ponto de vista de minhas recordações juvenis, quando eu era uma menininha e corria pela neve de encontro a meu avô, ou meu pai. Mas enquanto gravava essa nova versão, via em minha mente Natashya, minha filha, que caiu no gelo em Viena quando visitávamos o palácio de lá, como turistas... E seu pai a levantou e enxugou suas lágrimas.

Q. Você é conhecida por ser bem aberta em seus pontos de vista e experiências com religião, política e abuso sexual. 20 anos depois, você se arrepende dessa abertura?

A. Fiz uma escolha antes de “Little Earthquakes” - que eu não pisaria em ovos, não importa o assunto qual fosse, e fui bastante motivada pelas mulheres. Fui motivada pelos seus segredos, as histórias que guardavam em seus corações e possivelmente escondiam atrás do olhar. Ainda, depois de me contar suas histórias, elas podiam também me explicar seu processo emocional. E é algo que lhe traz humildade e lhe intriga – ouvi-las abriu minha percepção de uma maneira que nunca imaginaria, durante todos esses anos.

Q. Você é saudada como muito influente no trabalho de outras compositoras depois de Little Earthquakes. Você às vezes pensa nisso?

A. Eu me mantenho focada no próximo projeto, me mantenho focada no que estou fazendo e até onde preciso crescer como uma compositora, tomando informações, ouvindo as pessoas. Porque é na escuta que o aprendizado acontece. Não procuro analisar o que já fiz e acho que essa é uma boa escolha, porque do contrário não estaria usando meu tempo no processo criativo.

Q. Você está interessada no quê agora? Como anda seu musical em Londres, "The Light Princess"?

A. Estudar os grandes mestres clássicos foi uma experiência que mudou minha vida, pois comecei a olhar para as estruturas de uma maneira diferente. “The Light Princess” foi completa e totalmente reescrito desde que demos início ao trabalho nele, e agora ele se tornou um projeto distinto. Não teria composto este musical da forma que o faço agora se “Night of Hunters” e “Gold Dust” não tivessem acontecido em minha vida.

Q. Então parece que de algum modo você se sente rejuvenescida?

A. Sim, eu diria, diria que uma infusão de uma paleta sônica mudou a forma como vejo a Música.

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