domingo, 20 de novembro de 2011

[Tradução] Entrevista ao Jornal Cape Argus


Numa conversa com o jornalista Evan Milton, da Cidade do Cabo, Tori falou um pouco das razões para ter feito uma sequência de shows solo na África do Sul, além também de expressar de forma quase lúdica o amor e o relacionamento que tem com seus pianos. Um dos pontos altos surge quando ela expressa a ansiedade que estava sentindo dias antes de iniciar a miniturnê africana, uma vez que iria se apresentar com um Bösendorfer completamente desconhecido por ela!
To read the original, link is HERE. The source of the material was Undented, so many, many thanks!


UMA MULHER E SEU BÖSENDORFER
Por Evan Milton

Mesmo que as apresentações de Tori Amos na África do Sul estejam sendo anunciados como parte da Night of Hunters Tour, os shows solo prometem algo ainda mais precioso ao público sulafricano do que uma performance de seu novo álbum, lançado pelo notável selo Deustche Grammophon. Invés de ouvir somente ao ciclo de canções de derivação clássica, as audiências de Joanesburgo e Cidade do Cabo ouvirão uma aclamada cantora, compositora e “piano virtuoso” apresentar uma variedade de canções vindas de seus mais de 13 álbuns lançados desde Little Earthquakes, em 1992.
“Normalmente, quando vou a um lugar pela primeira vez, como quando fui à Rússia ou à Austrália, vou sozinha e apresento um show solo”, disse Amos. “Quero estabelecer uma relação com o público, então é um cenário bem mais íntimo - só eu e o piano. Isso também significa que posso mudar o show toda noite de formas extremas, as quais não seriam possíveis se outros musicistas estivessem comigo”.
São notícias soberbas para os fãs sulafricanos, muitos dos quais vem seguindo Amos fielmente, acompanhando o interesse dela em vários temas musicais, míticos e líricos nos seus álbuns. Além disso, mesmo significando que o público local pode ter de esperar mais até ouvir Amos tocar com o quarteto clássico, como ela está fazendo em outras datas da turnê mundial, significa também que receberemos um show temperado por canções que a fizeram famosa, no lugar de ouvirmos somente aquelas de seu último disco.
“Com Night of Hunters, usei a estrutura de um ciclo de canções clássico para explorar um espaço no qual compositoras nunca receberam oportunidades iguais, que é o mundo clássico”, explica Amos. “Para mulheres no mundo pop, as portas se escancararam nos últimos 34 anos, mas não tanto na música clássica. Com o quarteto, este ciclo de canções moderno é o que estamos tocando. Mas alguns dos músicos casaram-se recentemente, e eles precisaram sair para encontrar suas esposas. Pareceu justo deixá-los ir para casa, vindo com minha equipe para fazer um show solo na África, onde poderei tocar o que quiser para esta nova audiência”.
Fãs interessados irão atrás do DVD Live at Montreux, o registro dos shows de 1991/92, para adquirir uma noção da habilidade de Tori em apresentar uma performance solo. Por mais de uma vez durante o show, ela toma inspiração da plateia e do cenário e acaba desviando-se por outro caminho, levando o encantado público com ela em sua exploração sônica.
“A revista Rolling Stone a definiu como uma das melhores performers ao vivo de todos os tempos”, disse o promoter Charl van Heyningen, que trouxe recentemente Imogen Heap à nossa costa . “Meu objetivo como promoter é preencher um certo nicho, trazendo artistas de conteúdo, invés dos atos comerciais em que os promoters maiores mantém-se focados; e, definitivamente, podemos esperar algo especial das performances de Amos”.
De fato, Amos alcançou um cume dos mais raros, possuindo respeito da crítica, tanto por suas letras como pelo desejo de experimentar, sonica e tematicamente. Além disso, ela tem renome internacional, durante uma carreira que a fez vender mais de 12 milhões de discos.
Ela também foi agraciada com um patrocínio da Bösendorfer, que cria os pianos tocados por ela nos concertos em todo mundo. É um assunto sobre o qual ela ama falar. Ela literalmente gargalha de satisfação quando os instrumentos são mencionados.
“Fiquei maravilhada ao descobrir que havia um Bösendorfer na África do Sul esperando para me conhecer”, disse ela. “Ela (o piano) está lá, esperando para se tornar parte disso, e estou muito animada em encontrá-la e tocar com um ser que nunca vi antes, que chama de tão longe. Eu terei dito adeus a meu Bösendorfer – logo depois do show em Albert Hall todo o equipamento tem de ser levado à noite para embarcar num navio aos EUA. Terei até de terminar a leg Irlandesa da turnê num piano diferente, enquanto o meu atravessa o oceano”.
Em entrevistas anteriores, Amos já havia se expressado liricamente ao falar sobre os pianos, dizendo: “Elas podem falar, e podem escutar. Quando você as toca, torna-se uma extensão. Elas lhe darão a oportunidade, e se escolher não ter um relacionamento com elas, um affair, então quem sai perdendo é você, penso eu”.
Provoco Amos sobre ter um relacionamento aberto com tantos instrumentos e ela gargalha. “Eu a amo, mas ela não faz nenhum voto - ela se vai num navio. Existe mais de um com o qual me relaciono, mas todos eles se dão bem. Temos de fazer decisões sobre qual viaja melhor por causa de mudanças na temperatura ou umidade. Nunca toquei um que não considerasse mágico e mal posso esperar para conhecer o de vocês.”

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NOTA: a imagem reproduzida aqui veio de outro artigo, Fire and Tenderness: Tori Amos: Live in SA, também traduzido anteriormente por mim [LINK].

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