segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Por que tanto Me And A Gun na África do Sul?

Usando o fórum Afterglow, alguém questionou a razão por trás de Tori Amos ter tocado Me And A Gun nos dois shows que fez, até o momento, na África do Sul. É um fato estranho para Tori, uma vez que essa música não é apresentada desde 2007, bem como é tocada 1 ou 2 vezes por tour (foram 2 performances seguidas). O motivo parece ter sido esclarecido por Ashley Markus, toriphile de origem sulafricana, ao citar as altas taxas de violência sexual observadas em seu país de origem. Já havia ouvido falar do assunto, mas não conhecia muito bem, decidi pesquisar um pouco... E é assustador.

Em pesquisa realizada pela ONU entre 1998 e 2000, com 4000 mulheres, extraiu-se que 1 em 3 sulafricanas tinha sofrido alguma espécie de violência sexual; estimou-se também que de cada 9 casos, apenas 1 é devidamente denunciado. Como se não bastasse, o abuso recai também sobre crianças e bebês, os quais muitas vezes precisam passar por uma série de cirurgias de reconstituição do trato urinário, reprodutor e da região abdominal, tamanho o dano causado. Há ainda que se ressaltar uma terceira situação desconcertante: o dito "estupro corretivo" (corrective rape), prática comumente voltada para lésbicas, que sofrem a violência para que "se tornem heterossexuais". Normalmente, além da agressões moral e física implicadas com o ato, ainda são brutalmente espancadas pelo ditos "agentes corretivos".

As informações aqui apresentadas foram obtidos através do arquivo da wikipedia Sexual Violence in South Africa, e em honra às vítimas dessas monstruosidades, deixo uma das performances de Me And A Gun como ponto de reflexão.



"It was me and a gun, and the man, on my back... And I sang 'Holy, Holy', as he buttoned down his pants"

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