terça-feira, 12 de setembro de 2017

[Tradução] Huffington Post: Resenha do Native Invader

Olá, toriphiles!

A resenha escrita para o Huffington Post é detalhada e aborda tematicamente o disco inteiro, portanto achamos válido traduzi-la para o blog. Leia a original aqui.


NOVO ÁLBUM DE TORI AMOS, NATIVE INVADER, PRECISA DE ESMERO

Por David Michael Conner



O novo álbum de Tori Amos, Native Invader, foi recebido com apreciação e cobertura midiática relativamente grandes para uma artista que foi fortemente renegada anos atrás, considerada por muitos como uma relíquia dos anos 90. Desde que seu status de it girl minguou, após os quatro primeiros discos lançados entre 1992 a 1998, a proeza criativa de Amos permaneceu forte (ainda que inconsistente), vagueando pela evolução da artista a seus próprios termos. Native Invader é uma dádiva para o mundo — ou, como escreveu a Rolling Stone: "Poucos artistas são tão habilitados quanto Tori Amos para escrever sobre como as pessoas processam a dor. Nesses tempos de trauma nacional, então, seu novo LP soa unicamente urgente".

A mensagem de Amos é, de fato, urgente. Native Invader é quase completamente (quase — veja a discussão sobre "Wings", a seguir) contrário ao clima político atual. Muitas pessoas tem associações específicas com a música de Amos — raivosa, anti-religiosa, chocante, e por aí vai — mas um fio condutor que corre por toda sua carreira, até mesmo no período da feroz juventude, é a empatia.

É interessante que tantas pessoas a vejam como uma espécie de vítima perpétua, quando esta é uma mulher que em cada instância examina ao extremo as infindáveis facetas de si e dos eventos, grandes ou pequenos, reconhecendo sua contribuição para os mesmos, no bom e no mau sentido.

Native Invader exemplifica o ponto de vista extraordinário da artista, unindo dois eventos maiores que mudaram sua vida no decorrer do ano passado. Ela aborda o clima político atual dos Estados Unidos de forma semelhante ao que fez em seu último álbum estelar, o pós-11/09 Scarlet's Walk, incluindo partidarismo político, completado com o dialeto da direita alternativa sobre "espaços seguros", e um olhar particular voltado à devastação ambiental — um tema político urgente que não recebe qualquer atenção dos políticos. O segundo evento a mudar sua vida foi um derrame sofrido por sua mãe, Mary, que está paralisada desde janeiro. De acordo com Tori, sua mãe esta quase inteiramente irresponsiva, com exceção de seus olhos e tentativas de cantar certos hinos e outras músicas familiares.

Tori Amos é mal interpretada por muitos como uma artista musical alternativa e maluca, que enfatizou sua sexualidade e abuso sexual para vender discos. Alguns não gostam dela desde seu primeiro disco por conta de similaridades percebidas com Kate Bush. Na verdade, Amos é uma pianista e compositora dotada com uma visão peculiar de mundo, informada pelas conflitantes influências nativo-americanas e cristãs de sua infância. Ela criou sua própria linguagem musical, e é precisamente uma poeta confessional e ensaísta musical, uma fabulista e intelectual autodidata sobre mitos, religião, artes visuais e literatura, que em sua música transmite informações intimamente pessoais de tal forma a se tornarem universais. Inconscientemente, ela explora as causas subjacentes de males psicológicos e políticos pelo exame de arquétipos, mitologia e cosmologia, às vezes invocando o poder de enteógenos psicodélicos como meio de atravessar o tempo e espaço para descobrir a verdade.

Segue-se não uma resenha pequena do álbum, mas um exame detalhado baseado no curto período de tempo que tive para ouvi-lo. Porque este álbum precisa de esmero.


Native Invader abre com "Reindeer King", uma balada bela e extensa que soa importante. Amos não lança um single com tamanho gravitas em muitos anos. "Cerne de cristal / Sua mente foi apartada de sua alma", Amos canta. "Pensamentos torpes e insuportáveis / Sua chama guardiã interior / não está perdida / de modo algum / não está perdida". Esta abertura emoldura o álbum, assim como "Shattering Sea" o faz para o impressionante e não proclamado clássico Night of Hunters, de 2011. A canção é logo entendida como uma resposta à devastadora condição pós-AVC de sua mãe — mas é também uma avaliação da nação atualmente. "Reindeer King" é uma canção sobre devastação, divisão, sobre o sentimento de estar preso e perdido — temas associados de forma estereotipada com a música de Tori — mas acima de tudo, é sobre resiliência e força. Em Night of Hunters, Amos cantou que "nossas prímulas podiam sobreviver a geada / se um gentil regato de chamas / fosse sustentado com carinho". Nas terras congeladas do "Rei Rena", Amos apela — como habitual — a um guia espiritual xamânico para "trazer-se de volta a si mesmo", e o álbum acompanha o processo dela em acender essa chama por meio de empatia e entendimento. Ainda que seu refrão soe um pouco como auto-ajuda (soou para mim da primeira vez), assim que você entende o contexto da canção, em que Amos pede pela reunião do corpo e da alma de sua mãe, essas palavras ganham profundidade.


A próxima canção, "Wings", lida com ser magoado e magoar a outros. Ela soa sincera em sua empatia, mas enquanto a escuto, existe uma pontada irônica e até mesmo passivo-agressiva em sua letra. Quando a canção começa, Amos pergunta se "é  tarde demais / para fazer de mim / um lugar seguro?". Mas no verso seguinte, ela o modifica com uma mordida: "Eu preciso / me tornar / um lugar seguro / para você chorar, baby". "Às vezes", ela canta, "garotos grandes precisam chorar". Na promoção do álbum, Amos discutiu o hiperpartidarismo e visões extremistas da direita alternativa e da extrema esquerda. Nesta música, ela quietamente se refere a ambos enquanto canta sobre a necessidade de criar espaços seguros para ela e para este "garoto grande". Seu fraseado enfatiza as palavras "cry baby (bebê chorão)", e sua vocalização do verso "Eu não pude ver" dificilmente escapa de uma leitura voltada para esses tempos estranhos de extremismo na história Americana. De qualquer forma, "Wings" culmina no mito de Ícaro, em que Amos trabalha com esse desconhecido para construir "asas / que lhe ajudem a fugir / de seu exigente anjo negro / e de mim". Juntos eles voam para "perto demais / de nossa estrela" e ambos se machucam. Ambos são cúmplices no acidente, magoando um ao outro e a si mesmos.

"Esta Flecha Partida precisa de  reparo", Amos canta enquanto uma guitarra wah wah abre caminho para sua voz assombrada e ressonante. "Os imprudentes e precipitados / não nos levarão / até onde queremos chegar". "Broken Arrow" é uma música claramente política, questionando se os Estados Unidos abandonaram a Dama Liberdade. A resposta de Tori? Não necessariamente — "Songlines ancestrais estão cantando para despertá-la". "Pode ela parecer frágil, e nós estarmos cansados da luta, ainda assim essas songlines cantarão dos Grandes Lagos aos nossos Desertos sagrados, passando pela doces pradarias". As songlines em questão não são canções como as conhecemos — são algo totalmente diferente que permite leitura mais aprofundada (incluir link). Broken Arrow é uma faixa de destaque por conta de sua produção funky e a voz poderosamente ominosa de Amos — lembrando a faixa-título de seu álbum tematicamente similar de 2002, Scarlet's Walk. De fato, "Wampum Prayer" desse disco serviria perfeitamente de intro para "Broken Arrow", visto que as duas juntas representam causa e efeito. 

O que não seria óbvio ao ouvinte casual que recebe a mensagem política é que essa canção, assim como com todo catálogo de Amos, é também intensamente pessoal. Parte de sua herança é Cherokee oriental e parte europeia. Como vemos hoje, as culturas de Nativos Americanos e do Americano contemporâneo (descendente primariamente de europeus) estão em disputa quase constante. Amos é a encarnação viva de um tipo diferente de realidade, uma no qual essas culturas e suas ideias unem-se para encontrar interesses comuns, para entender um ao outro. (como ela canta em "Your Cloud" do Scarlet's Walk, "se a chuva tiver de se separar de si mesma / ela dirá 'escolha a sua nuvem'?"). Invés desses diferentes aspectos da humanidade — e de sua individualidade — estarem em conflito, o que foi machucado pelo outro pode guardar algo de bom para ambos. Talvez, Amos sugira em Broken Arrow que essa songlines ancestrais que tentamos extinguir nos salvarão. Talvez seja ingenuidade. De qualquer maneira, ela canta, "Não, não deixarei passar / não serei silenciada ou paralisada / por aqueles que nos devem prestar contas / No senado / e na Casa".

"Cloud Riders" volta diretamente ao Night of Hunters de Amos, tratando-se de um tema regular neste disco. (Como uma nota lateral, eu tinha uma fantasia secreta de que Amos recriaria o Night of Hunters como um disco não-clássico para que mais pessoas o ouvissem, ja que é uma obra prima da narrativa sônica e uma tapeçaria incomum de mito e filosofia. Ela fez exatamente o mesmo com os temas em Native Invader). Esta canção é um lento passeio por um clima tempestuoso, mas Amos nos garante que "sairemos desta tempestade".

"Nós poderemos sobreviver / se uma Milícia da Mente / se armar contra os daltônicos do clima", Amos canta ao lado da próxima geração do mundo, sua filha Tash, em "Up The Creek". A canção, cujo título aponta para o ditado favorito de seu avô Cherokee, é um chamado auto-explanatório para uma nova geração de seres humanos conscientes (que provavelmente se autointitulariam "woke") cujas vidas, e a de seus filhos e filhas, serão profundamente afetadas pelas mudanças climáticas — algo que Native Invader teve um timing espetacular para ilustrar. A sonoridade da musica distingue-se bastante do resto do disco (e também de tudo o que Amos produziu previamente, algo marcante se considerada a grande variedade de estilos da artista): é urgente, com cordas sintetizadas em companhia de uma orquestração de sabor levemente Árabe. Este é o toque de alarme do álbum. Incrivelmente, poucos dias após o lançamento do disco, presenciamos parte do Texas tomada por enchentes, seguido imediatamente por um furacão de categoria 5 e outro de categoria 4 no leste dos EUA, incêndios a Oeste e um terremoto histórico no sul do México. Amos já fez várias referências pagãs implícitas em toda sua carreira, mas nesta faixa Gaia é uma criatura viva e que respira, com entendimento incutido em seus ossos. Pela quinta música do Native Invader, Amos já nos levou com suas próprias song lines através de muitas gerações - sua mãe, seu avô, sua filha - e então expande o escopo, de repente, para o tempo de vida do Planeta. Todos nós estamos inextricavelmente unidos. É uma crença ilustrada nos trabalhos maduros da vida adulta de Amos, Scarlet's Walk e Night of Hunters, duas obras primas por si só. Native Invader une histórias de ambos, alcançando um efeito estelar.

A próxima é "Breakaway", uma bela e intimista balada que soa bastante como a Tori Amos da qual muitos fãs sentem falta desde os anos 90. "Você sente-se traído", ela canta. "Eu me sinto enganada / por nossos supostos amigos / não os que deveríamos ter feito". "Breakaway", assim como "Wings", é uma canção em que todos foram machucados por todos - traição abunda. É como muitos de nós nos sentimos hoje.


"Wildwood" continua a invocação xamânica de Amos, enquanto ela canta sobre a "dádiva de Hera / que lhe ensina ser impossível escapar da angústia / mas que há maneiras de viver com ela". A canção é solar, um sonho de verão de uma irmã de "Sweet Sangria" (Scarlet's Walk). É uma jornada enteogênica a um tempo antes dos humanos terem repavimentado o chão, antes da desintegração da espiritualidade e da Terra em si. É uma continuação mais amigável aos ouvidos do mesmo tema explorado em "Battle of Trees" do Night of Hunters, no qual ela canta, "Das folhas da Hera extrai-se uma cerveja que pode desvelar / Os significados e serpentes escondidos / Somente revelados através de visões". Deve ser dito, também, que muitas pessoas no decorrer dos anos — incluindo ate fãs super dedicados — criticaram a forma como o marido dela toca guitarra em alguns de seus discos. Aqui, é um casamento perfeito.


Em "Chocolate Song", Amos alterna o pesar de pessoas ao dizer coisas das quais se arrependem instantaneamente com "chocolate delicioso e acetinado". É uma mistura estranha, algo melhor entendido quando a própria o explica. "Eu não lhe odeio", ela entoa duas vezes, enfaticamente. "Não, preciso ser mais como você / Na tensão de nossos opostos / Permitir de algum modo que a doçura dure / Sem trair nosso amargor".

"Bang, estourou o universo", Amos canta, "Uma poderosa dança solar da morte / Supernova explodindo / o fim de uma história semeia o início de outra". Esta propulsiva canção vai de tópicos de imigração até a criação do universo e uma Terra "hoje traumatizada / Por um grupo de humanos hostis / Aliados a seus ditadores do ódio". Como ela cantou em Night of Hunters — e tal noção resume a filosofia da Tori Amos sábia e madura — "Devemos portanto criar a partir deles / Com A Espinha Dorsal da Noite / Para re-humanizar". Amos já esteve em lugares obscuros. Já cantou e falou a seu respeito, também expressando que ir até eles é a melhor maneira de sair  das garras da escuridão. Quando fortalecidos por essas dificuldades que encaramos, precisamos então pensar e criar nossa solução para o enigma em que nos metemos. Com essa ideia em mente, Amos nos leva a uma visão psicodélica: "Os céus abriram-se / e eu ouvi vozes".

"'Não podem eles ver', você me disse, 'que todos nós somos Máquinas moleculares?'. Metas e sonhos, tudo o que quero é ser a melhor máquina que eu puder."

E no final ela desmembra a criação até seus elementos básicos, literalmente: iodo, ferro, manganês, molibdênio, selênio, silício, estanho, vanádio e zinco. "Tudo o que quero é ser / a melhor máquina que eu puder". Não é o que todos queremos? Parece que toda visão transcendente autêntica, independente de ser alcançada por meditação, oração ou drogas psicodélicas, nos diz uma verdade universal: todos queremos as mesmas coisas. Somos todos iguais. Então pelo que estamos brigando?

Invés de lutar, podíamos simplesmente escalar. Ok, não é tão simples assim. "Tudo em mim quer ser (Be)", ela canta, "acreditar (Believe)". Como nos conta Tori nessa graciosa e reverencial canção, que invoca a santa que ofertou seu véu a Jesus Cristo. “Tão pronto tu fores inteira poderás perdoar / mas é uma longa, longa escalada". Ainda que seja mais fácil falar que fazer, Amos de fato oferece instruções sobre como chegar lá: "Sonhe com outras dimensões, cruze então o véu até alcançá-las". Em outras palavras, crie a partir delas (out-create).

Com levada jazz, "Bats" é uma pintura de aquarela sônica que invoca o conhecimento de espíritos aquáticos ancestrais com os quais a humanidade firmou um pacto. “A coisa mais preciosa / pela qual lutaremos para salvar / o destino de nossas ondas / arrebentando no cetim azul dela” (o último é outro verso que revolve diretamente ao Night of Hunters).

"Você disse que os morcegos são sábios, e certa vez profetizaram qual seria o fim… Se traídas pela raça humana.
"

Esta canção flui livremente, soando suave e vaga — mas quando Tori fica quieta, é o momento de ouvir com ainda mais atenção. "Bats" é mais minguante e menos sobre entendimento compassivo dos vários lados de uma discussão. Ela está nos dizendo que, mesmo que lembremos ou não, alguém lembra que nossa raça concordou em ser uma boa zeladora deste planeta vivo. Na próxima canção, "Benjamin", Amos canta sobre seu "amigo morcego de computador", a quem descreve tanto como um ninja como parte de um exército. Esta faixa, em companhia de  Bats, divaga suavemente enquanto entrega uma mensagem inequívoca. A letra de "Benjamin", apesar da sonoridade doce, é um tapa na cara:

"Extraindo hidrocarbonetos do chão, esses cafetões em Washington estão negociando o estupro da América, enquanto atacam Juliana."

[A Juliana em questão parece representar as futuras gerações dos Estados Unidos, na forma da ação judicial Juliana vs Estados Unidos. É um caso aberto por jovens que clamam que as políticas do governo federal ameaçam o meio ambiente, e portanto os direitos constitucionalmente garantidos à vida, liberdade  e busca da felicidade para futuras gerações.]

Depois de "Bats" e "Benjamin", o álbum conclui-se com uma virada brusca aos "Olhos de Maria". O conceito desta canção é de despedaçar corações, uma vez que o título se refere ao único meio de comunicação da mãe de Amos depois do derrame. Por estranha coincidência, os pais de Tori Amos estavam sentados juntos a mim durante sua turnê para o álbum Scarlet's Walk. (Mary Amos e eu concordamos na época que Scarlet's seria o melhor trabalho de Tori em termos líricos. Creio que Mary concordaria que Native Invader também está entre os melhores de sua filha). Eu passei boa parte dessa apresentação observando Mary e Edison assistindo à sua filha, absolutamente cativos. Fiquei pensando quantos concertos eles teriam assistido durante a vida da filha, e também como eles não ficavam entediados depois de um tempo. Mas Amos tem um talento único. Um show de Tori Amos não é um show de Britney Spears, ou mesmo dos Rolling Stones. É algo completamente diferente, e os olhos dos pais de Tori estavam vidrados nela durante toda a noite, maravilhados como resto da plateia. A canção "Mary's Eyes" é uma oração, um apelo em fluxo de consciência de Amos para que a "Doula da Morte" traga sua mãe de volta — algo que por agora parece um milagre. Amos tentou esse truque antes, ao que parece com sucesso, como detalhado em "The Beekeeper" (2005), em que ela pediu a um porteiro similar que a "mantivesse viva". "Não posso aceitar que ela seja tomada de mim", Amos cantou. Dessa vez ela parece resignada em estar do lado perdedor da barganha, modificando seu apelo "pode trazê-la de volta a vida?" do começo de "Mary's Eyes" para o verso final, "podemos trazê-la apenas Deleite?".


É uma faixa final completamente pessoal, íntima e vulnerável para um disco ousado e por vezes desafiador.


Com Native Invader, a singular Tori Amos recorre à sua extraordinária e muito pouco apreciada reserva de conhecimento terreno e transcendental e sua afiada intuição, para encontrar sentido num mundo cada vez mais surreal. Muitos de nós nos Estados Unidos de hoje sentimo-nos numa posição muito difícil durante esse último ano. Alguns de nós já se questionaram sobre o que é ou não real esse últimos anos. O presidente dos EUA está realmente ameaçando uma guerra nuclear no twitter, hoje de manhã? Estes são nazistas de verdade? Como lidar com isso? Eu não tenho ideia. Mas eu sei ao menos que a resposta de Amos — temos de criar a partir disso — é uma boa, senão a melhor. Talvez a única viável.


Para alguém que foi xingada já no início de sua carreira de "froot loop de 24 quilates", Amos agora é uma mulher sábia que sempre respeitou a natureza do surreal e de fato fez um estudo dos aspectos do ser que não são óbvios ou dos quais tentamos fugir. Aqui e agora, ela é a mulher sábia que pode nos ensinar por meio de sua experiência e conhecimento. Native Invader, como Night of Hunters e Scarlet's Walk, é literatura, não música pop. Seu poder está em lê-lo e ouvi-lo atentamente.

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