domingo, 30 de setembro de 2012
[Tradução] Entrevista para a Best Fit (Parte II)
Finalizamos a tradução da entrevista para a Best Fit com as falas que vão de Star of Wonder até Maybe California. Destaco as razões para a entrada da canção do Midwinter Graces no disco, a emotiva imagem que Tori tem hoje quando canta Winter e o background de Marianne e Girl Disappearing... Espero que gostem, e para ler a versão original, clique AQUI.
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STAR OF WONDER
Best Fit: “Star of Wonder” é sua canção favorita do Midwinter Graces?
Amos: [em tom enfático] Não! Não é. Mas eu amo tocá-la com as pessoas. Originalmente, disse a Philly: eu quero ouro, incenso e mirra chegando pelo deserto na garoupa de um camelo, faça acontecer! Aonde está minha “Caxemira”? (Kashmir, também em referência à canção de Led Zeppelin) Disse que se fossemos trazer esta canção, então que ela seria construída como um hino metodista. Lembro de quando era uma garota na igreja... Os metodistas falavam: “olhe para o que Led Zeppelin está fazendo com as garotas!” Eles pensavam que eu era muito nova para ser afetada por isso, mas - garotas adolescentes? Esqueça! Elas estavam saindo de casa, indo aos shows, seus pais não tinham mais controles sobre elas. Conhece aquele trecho bíblico: [num tom de pregador] “Cinge os seus lombos!”? Ok, esqueça - esses lombos estavam da porta pra fora! Nenhum papai iria trazê-las de volta, debaixo de briga. Então, ouvindo a música [de Led Zeppelin], isso fez sentido para mim, achava muito sensual. Eles conseguiam trazer a energia do Blues em conjunto à mitologia da Deusa, era isso que Robert [Plant] estava fazendo. Portanto, ter uma leitura Médio-oriental para algo que originalmente era um hino? Não pude resistir! É por isso que a canção entrou para o disco; por trazer num mesmo pacote um background eclesiástico, uma referência à orquestração de Zeppelin e um sentimento de Oriente Médio também.
WINTER
Best Fit: Quando você toca “Winter” ao vivo, é fácil se deparar com os sentimentos e emoções que você tinha quando a escreveu, no início dos anos 90?
Amos: Com o passar dos anos, pessoas me contaram suas histórias de “Winter”. Muita gente. Daí, quando essa canção adentra ao recinto, ela carrega consigo histórias de garotas e seus pais vindas do que parecem ser dimensões distintas. Quando encontrei “Winter” pela primeira vez, não significa que ali ela tenha nascido. Apenas que a encontrei, pela primeira vez. Ela já vive há... Só Deus sabe o quão antiga é esta estrutura. Mas é assim que vejo as canções, suas consciências. E quando eu gravei esta versão com a orquestra, não estava mais me vendo ao lado de meu pai caminhando sobre uma colina na Virginia, ou caindo de um balanço quando Poppa, o pai de minha mãe, veio me pegar. Eu vi Tash [Filha de Amos] caindo em Viena, no gelo. Estávamos de visita, passeando pouco antes de um show, e ela caiu sobre a neve. Era bem pequena e Mark [marido de Amos] a levantou. Ela havia arranhado seu joelho e estava chorando, e a imagem que eu tinha era de Tash e seu papai em meio ao gelo. Acredito nessa como sendo uma transformação amável para a canção.
FLYING DUTCHMAN
Best Fit: você disse certa vez que “Honey” era sua canção predileta do Under The Pink, mesmo ela não estando de fato no Under The Pink. De forma similar, para muitos fãs, “Flying Dutchman” é a melhor canção da era Little Earthquakes, ainda que esta não tenha sido escolhida para a versão final do disco. Era para ela estar nele?
Amos: Era. E tive meu coração partido quando ela saiu. E é por isso que agora está tendo sua chance, 20 anos depois. Obviamente, por ser uma orquestra holandesa, “Flying Dutchman” naturalmente se mostrou e disse “ei, é minha vez”. Também, teve o Comic Book Tattoo [uma coleção de histórias ilustradas curada por Amos e Rantz Hoseley], e seu título é um trecho dessa música. Eu a escrevi sobre todos esses jovens rapazes fazendo quadrinhos naquela época, cujos pais diziam que estavam perdendo suas vidas. Rantz era um jovem que tinha um apartamento-estúdio em Hollywood, atrás da Igreja Metodista, onde costumava ir e passar um tempo com meu então namorado, Eric Rosse. Essa canção está finalmente ganhando seu espaço no século 21 com o Comic Book Tattoo, e agora com a orquestra holandesa, o que dá a ela uma carreira. Floresceu de forma tardia, mas está tendo uma festa em sua homenagem!
PROGRAMMABLE SODA
Best Fit: na batalha entre as canções curtas de Tori Amos, como esta conseguiu vencer “Mr Zebra”, “Way Down” ou até “Hungarian Wedding Song” por um espaço no disco?
Amos: a questão sobre “Programmable...” é: considerei que o arranjo poderia ser divertido, e que precisávamos de um pouco de diversão. “Mr Zebra” é muito amada pelas pessoas, eu sei disso. Foi cogitada. Eu a apresentei com Black Dykes [The Black Dyke Mills Band] no Boys For Pele. O que eu pensei foi que seria muito divertido ter uma grande orquestração para “Programmable Soda”. O processo de gravação foi ótimo.
SNOW CHERRIES FROM FRANCE
Best Fit: Ok, esse daqui passou por uma jornada e tanto, não é?
Amos: Bem, você sabe, não acho que essa estava finalizada até a versão orquestral. Vinha com uma abordagem para ela desde 1997/1998 e na época do Tales of a Librarian, pensei em segurá-la para o disco seguinte, que viria a ser The Beekeeper. Mas Matt, Jon e eu andávamos tocando tanto [canções antigas] na Scarlet tour que acabamos querendo tocar músicas que nunca tinham sido apresentadas antes. Por isso ela esteve lá, nossa musiquinha mimosa da qual gostávamos tanto. Então o think tank me disse “por que não nos debruçamos sobre ela?”. E com o passar dos anos, sempre foi uma canção muito pedida, mas de certa forma ela acabou sendo escanteada, por não ter entrado num disco... Você sabe do que estou falando [a música entrou numa compilação somente, não em um álbum de estúdio de fato]. Então ela se levantou e falou, “Eu adoraria vir para tocar com a orquestra holandesa, por favor”.
MARIANNE
Best Fit: você poderia, depois de todos estes anos, lançar uma luz sobre os versos: “Tuna / rubber / a little blubber in my igloo”?
Amos: Acho melhor deixar isso para você. Qualquer coisa que pensar é válida.
Best Fit: Escrever, gravar e tocar essa música ao vivo durante esses anos foi uma experiência catártica para você, por conta do assunto dela?
Amos: Bem... O que aconteceu durante todo esse período é que muitas pessoas vinham e me contavam sua história, sobre sua Marianne. Alguém em suas vidas que deixou o planeta cedo sob circunstâncias que soavam erradas, que não pareceram intencionais, questionáveis, entende? - esses acidentes que sempre parecem questionáveis. Olha para minha sobrinha, hoje com 20 anos, e Tash, com 12, e... Marianne morreu quando tinha 15! 15 anos para mim é muito pouco para deixar o planeta - você está só começando a viver. Essa canção tornou-se minha dedicatória e tributo ao espírito mágico que foi Marianne. Sua morte me ensinou muita coisa e eu sinto sua presença, ela caminhou comigo. Dizem que os ancestrais caminham com você e ela é uma espírito irmã. E muita gente no mundo todo tem sua própria Marianne, e é por isso que ela entrou no álbum.
SILENT ALL THESE YEARS
Best Fit: em 1997, você relançou “Silent All These Years” a fim de chamar atenção para sua instituição de caridade, RAINN (Rape, Abuse & Incest National Network). O que você acha dos comentários recentes de pessoas como Todd Akin e George Galloway sobre a definição de estupro, em face do caso de Julian Assange?
Amos: Não sei se devíamos dar crédito a isso, mas dizer que esperma saberia a diferença? E que não nasceriam crianças a partir de um estupro... Quando você pensa que alguém que está tentando uma candidatura trata de um jeito tão absurdo sobre uma questão feminina! Esse foi uma chamado para que as mulheres do mundo acordem para a necessidade de votar! Temos de estar presentes, estarmos cientes do que estas pessoas estão dizendo! “Silent All These Years” foi uma canção que... Mulheres vieram a mim, até recentemente, de todos os possíveis caminhos da vida: mulheres estas que podem até parecer muito poderosas, com trabalhos nos quais lidam com muita poder, médicas, juízas, produtoras... E ainda assim acabam envolvidas em situações de violência doméstica ou relacionamentos verbalmente abusivos, não sendo capazes de impôr esses limites. E elas me disseram que com terapia, tornando-se amigas de “Silent...” e encontrando a força para confrontar isso, estão se tornando capazes para confrontar seus problemas. É uma canção que sempre se fez presente em minha vida.
GIRL DISAPPEARING
Best Fit: No American Doll Posse, você assumiu os papéis de cinco mulheres diferentes. “Girl Disappearing” era cantada pela personagem Clyde. Ao regravá-la, assim como fez com a de outra doll, “Programmable Soda”, você sente que na prática está fazendo versões covers?
Amos: Acho que sim! Creio que sejam ambas covers, de certa forma. E também na turnê fiz uma versão de “Smokey Joe” [outra faixa de American Doll Posse] com o quarteto, mas me pareceu que... Eu preciso transformá-la numa entidade mais integrada. E essas mulheres não estão tão distantes. São extensões do ser. Mas “Girl Disappearing”, quando eu a faço como Tori, invés de Clyde, não é direcionada a mim mesma, mas a todas as mulheres. A ideia de que uma mulher pode estar de frente a outra mulher e, ainda assim, não reconhecermos umas às outras, ou não tomarmos conhecimento de nossas trajetórias espirituais. Às vezes, existe uma falta de compaixão entre mulheres. “Girl Disappearing” fez questão de estar no disco, ela me ordenou a assim fazer. Entrou no último minuto, por sinal! Ela disse, “Não vou a lugar algum! Eu, ‘Girl Disappearing’, estou aparecendo aqui!” [risos].
MAYBE CALIFORNIA
Best Fit: esta é uma faixa bônus no Gold Dust e, de certa forma, tem uma ligação temática com “Marianne”...
Amos: Senti que não são só mulheres jovens que experimentam isso [pensamentos suicidas] e era importante que mães... Você sabe, a ideia de ser marginalizada e de que as pessoas ficarão melhor sem você...
Best Fit: Se eu entendi a canção corretamente, você está dizendo a uma mãe, “não se mate, pessoas precisam de você e há mais neste mundo para você”.
Amos: Está certo. E esta decisão pode estar olhando diretamente para você agora, mas precisamos mudar o que está vendo. Pegue minha mão, pois precisamos olhar para sua vida, dez anos, vinte anos, trinta anos a partir de agora e como, sem você, muitas pessoas que ama sofrerão.
Gold Dust será lançado pela Deustche Grammophon no dia 1º de outubro (Reino Unido. Tori Amos e a Metropole Orchestra tocam no Royal Albert Hall dia 03/10.
sábado, 29 de setembro de 2012
[Tradução] Entrevista para a Best Fit (Parte I)
O site Best Fit fez uma super entrevista com Tori, na qual faz uma série de perguntas relacionadas a cada faixa do Gold Dust! Como é um material grande, publicarei a primeira parte hoje, deixando a segunda para breve. Nesta porção, podemos ver Tori falando sobre o porquê de Flavor ter entrado no álbum, quais os motivos que a levaram a "decepar" Yes, Anastasia, bem como as lições aprendidas por ela em frente à canção-título do novo álbum! Vale muito a pena!
Para ler a original, é só clicar AQUI! Agradecemos ao Undented por tê-la publicado mais cedo ^^
FAIXA A FAIXA: GOLD DUST, DE TORI AMOS
O tempo pode ser um brincalhão! Num minuto você está ouvindo seu cassette do Little Earthquakes no walkman, enquanto faz seu dever de casa, daí a próxima coisa da qual você toma consciência é de que duas décadas voaram, como num estalo de dedos. Mas veja bem, Tori Amos não fica ponderando para onde os anos foram por estar muito ocupada sendo criativa. E pouco depois de seu soberbo álbum de retorno à forma, Night of Hunters, ela esteve refinando seu reagendado musical para o National Theatre, The Light Princess, com o dramaturgo Sam Adamson, bem como unindo forças com a Metropole Orchestra para o Gold Dust, uma coleção de canções regravadas de seu catálogo. Mas para que ocasião? O aniversário de 20 anos do Little Earthquakes.
Ainda que o marco zero envolva seu primeiro álbum, Amos decidiu lançar luz sobre canções de várias fases de sua carreira, de modo a os únicos álbuns verdadeiramente ignorados terem sido To Venus and Back e The Beekeeper (bem, não há nada também do Strange Little Girls, mas é um disco de covers, certo?). Aqui, ela enfrenta as perguntas da Best Fit sobre cada faixa de Gold Dust e, como já é de praxe para Amos, não se intimida em dar uma resposta elaborada.
FLAVOR
Best Fit: A “Flavor” original em Abnormally Attracted to Sin era muito mais como uma irmã para “Lust”, do To Venus and Back. Você sente uma conexão entre as duas canções?
Amos: Sim, certamente. Acho que Abnormally Attracted to Sin tem muitas conexões com aquele período, do Venus. Então isso faz muito sentido para mim.
Best Fit: foi uma escolha óbvia para o Gold Dust, desde o início?
Amos: “Flavor” deu um passo a frente por todas as razões possíveis. Creio que ela tenha sido um pouco negligenciada em Abnormally. Ela me pegou pela mão e disse: “Eu tenho uma mensagem. As eleições norteamericanas estão chegando, existem tantos sabores e estilos de vida sendo marginalizados. E é difícil saber como as eleições terminarão, mas temos o dever de refletir, como uma sociedade de mente aberta, em como todas as pessoas são exigidas a pagar impostos, mas umas não tem os mesmos direitos que outras – então, algumas pessoas podem se casar e outras não, e ainda assim espera-se que todos nós contribuamos para o governo?” Isso não faz sentido algum para mim. Então é isso aí, “Flavor”! Senti que era importante mostrar isso e também falar sobre a ideia de “whose God, then, is God?” (trecho de Flavor - “O Deus de quem, então, é Deus?”), especialmente com o que tem acontecido recentemente por conta de choques culturais. Mesmo os Estados Unidos, como uma nação, não se mostrando dessa maneira, e eu mesma não me mostrando assim, há pessoas por aí, extremamente organizadas, que querem criar terror e anarquia. A ideia de “whose God spread fear? / whose God spread love?” (“O Deus de quem espalha medo? O Deus de quem espalha amor?”) – bem, muitos dos Deuses estão espalhando medo, é o que me parece. “Flavor” me disse, com convicção: “minha hora é agora”, e foi assim que ela foi escolhida.
YES, ANASTASIA
Best Fit: Vamos falar sobre sua controversa decisão de cortar “Yes, Anastasia” pela metade (a original, do disco Under The Pink tem quase 10 minutos de duração!). Por que, oh, por quê?
Amos: por ser uma colaboração! E é um pouco egoísta dizer “sente aí, enquanto eu faço isso”. Este foi um disco colaborativo, certo? Eles não são somente cordas me dando suporte. É como Fred Astaire e Ginger Rogers. Jules (o maestro Jules Buckley) é de fato meu parceiro de dança, ainda que a orquestra seja uma criatura, entende? Eles são o dragão e ele é o cerébro do dragão... Já eu estou guiando esse dragão. Parece que a outra abordagem seria de virem no momento em que a energia de Prokofiev começa, os Russos surgindo da colina. Gostamos da ideia. Era excitante. Mas você precisa tomar decisões num contexto, e essa canção fechava um álbum, aquele era seu tempo... Já existe! Mas para a orquestra esperar toda a primeira parte, achei que seria um pouco egoísta, para este projeto. Ao vivo teremos outro arranjo mais uma vez, porque... Bem, no estúdio, sem as luzes e o aspecto visual, você precisa enquadrar suas tomadas e edições no orçamento e nos prazos.
Os álbuns tem de ser feito em nome da composição. E então quando você toca ao vivo, por ser ao vivo, e não haver backing vocals cobrindo meus erros ou um tubo de oxigênio no palco – ainda que, talvez, um devesse ficar preso a mim, mas essa é outra conversa – então é preciso delimitar tudo. Diferente de quando estou com a banda e posso olhar para o Matt (Chamberlain, baterista de Tori de longa data), e ele reconhece o olhar de “me dê mais 30 compassos”, e assim conseguimos improvisar. Mas você não faz uma jam session com uma orquestra, o que lhe leva a construir também as improvisações. E “Yes, Anastasia” tem algumas pequenas novidades nela. Para algumas das canções haverá novos arranjos ao vivo. “Flavor” tem uma nova e estupenda introdução. Eu a murmurei no telefone para Philly (John Philip Shenale, o arranjador do álbum), e mesmo rindo de nervoso na cabeça dele, conseguiu produzir exatamente o que tinha lhe murmurado como a melodia introdutória. No disco, se você tem uma intro de 2 a 3 minutos, isso não funciona de fato para uma montagem precisa e focada, mas como a performance ao vivo é algo completamente diferente, trato ambas de forma distinta também.
JACKIE'S STRENGHT
Best Fit: Mesmo From The Choirgirl Hotel alcançando o sexto lugar na parada de álbuns britânica, e o single Spark ter sido um hit de Top20, o lançamento programado de “Jackie's Strenght” como single seguinte acabou sendo cancelado aqui. O que houve?
Amos: Acho que foi só uma mudança administrativa, havia gente saindo e entrando o tempo todo na gravadora e foi um período bem desafiador. Aconteceu assim. Porque as pessoas que realmente entendiam a música e deram apoio a Little Earthquakes e Under The Pink – como Mark Hole – tinham saído. Ele havia ido para a Universal, naquela época. Então creio que, quando você tem pessoas em sua gravadora indo e vindo constantemente, às vezes as decisões acabavam sendo pelos Estados Unidos, desfavorecendo a Europa.
Best Fit: Falando nos EUA, o país também ganhou um lançamento de remixes para Jackie's Strenght. Você se aventuraria novamente na trilha do dance?
Amos: Posso lhe dizer que, creio eu, enquanto conversamos há um remix dance sendo feito. Está em produção, mas não posso dizer nada além disso. É para este disco e será lançado em outubro. É o plano, de qualquer forma. Achei necessário representar também esse lado por conta dos 20 anos, e por terem existido remixes dance de fato.
CLOUD ON MY TONGUE
Best Fit: quais suas memórias em escrever e gravar esta canção em 1993?
Amos: Tinha acabado de voltar de Down Under. Passei um tempo nessa parte do mundo, e acho que isso teve influência. Estava em New Mexico escrevendo para o disco e o deserto também contribuiu com muita coisa. A luz! Foi onde Edith Hamilton e Georgia O'Keefe foram para pintar alguns de seus grandes trabalhos, então a luz sem dúvida teve um efeito. E a grandeza, o céu. Parecia que céu era infinito... Quis incluí-la no Gold Dust por ser uma peça de música meio escanteada, mas com a qual eu cresci. Não selecionei muitas canções com groove, como você mesmo pode ver, por não ser uma banda me acompanhando. Não era o que a colaboração pedia. Mas eu senti que para essas canções possivelmente mais rítmicas, como “God”, “Cornflake Girl”, “Juarez”, “Cruel”... Que elas deveriam ser exploradas com o quarteto (Apollon Musagete, com quem Tori excursionou ano passado), invés.
PRECIOUS THINGS
Best Fit: “Precious Things” é um dos pontos altos do Gold Dust...
Amos: ... bem, ela deu um passo a frente e quis passar por uma completa transformação, estava bem aberta para isso. Já são 20 anos, ela está segura sobre sua identidade e já a toquei com a banda, sozinha e, mais recentemente, com o quarteto. Mas foi um daqueles momentos de “vamos deixá-la sofrer uma grande mudança”.
Best Fit: e uma de suas maiores e mais queridas canções, e acabou nunca se tornando um single. Você considerou lançá-la, naquela época?
Amos: A questão é, quando pessoas escolhem singles... Eu às vezes nem sei porque os escolheram. Creio que escolham tentando satisfazer um formato. O público, no entanto, toma suas próprias decisões, o que é ótimo e muito excitante. Graças a deus eles tem mentalidade própria!
Best Fit: O “Guuuuurl” no meio da canção tornou-se de certa forma icônico para apresentações ao vivo. Parece até que os fãs ficam ansiosos para ouvir você cantando daquela forma, como a fala “Handbag” em The Importance of Being Earnest, de Oscar Wilde...
Amos: [risos] Sobre isso com a orquestra... Espero que as pessoas entendam que esse “Guurl” será um pouco diferente. Porque estou numa soma, lá. E quando você está sozinha, só precisa soltá-lo quando quiser, mas quando se está tocando com outras pessoas é preciso fazer direito, acompanhando de forma adequada. Não há tanta liberdade assim. Estou mais focada em acertar aquela linha de piano com a orquestra e não cair porque eles não param! [risos] Eles continuam!
GOLD DUST
Best Fit: a letra de Gold Dust ressoa com um senso de retrospectiva e de percepção do futuro, para que se evite arrependimentos. Você toma, ou já tentou tomar, algumas precauções para evitar que isso aconteça em sua vida?
Amos: Oh, essa é uma ótima pergunta. E eu não sei se tenho uma boa resposta.
Best Fit: Você tem algum arrependimento sobre o qual se sente a vontade em falar?
Amos: uns poucos. Reagir antes de refletir. Você sabe aquele ditado, “seja esperto, não correto”? Desejei isso algumas vezes, no decorrer dos anos... Mesmo quando provou-se que eu estava certa, a forma como confrontei a situação não foi adequada. Então ok, você estava correta mas deixou a sala destroçada... Creio que em confrontos, uma coisa que aprendi com os anos é a dar um passo para trás e tentar descobrir o porquê de alguém estar exatamente onde está. Tenho certeza que todos nós passamos por isso em nossas vidas. A única coisa que tive de aprender e eu amaria ter aprendido mais cedo e a agir com neutralidade. Agir dessa forma é algo bastante poderoso, ser capaz de se manter neutro, de não responder. Apenas ser hábil para ouvir. Não se sentindo obrigado a ter uma solução, ou tendo de consertar ou defender algo, não importa sobre o que estamos falando – isso se aplica a tudo, confie em mim! Apenas ficar ali, parado, sem reagir. É um estado poderoso e eu lhe digo, ainda tenho problemas em lidar com isso [risos].
(PARTE II EM BREVE)
ps: a foto que ilustra essa postagem veio do site alemão Brigitte Woman (LINK). Há mais fotos, em baixa qualidade, circulando na rede!
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Maybe California + Show com transmissão online (!)
Já havíamos noticiado que Maybe California seria bonus track do Gold Dust, e a Rolling Stone Alemã acabou de publicar um stream com a canção! Para ouvir, clique AQUI. E se quiser escutar o disco completo no mesmo formato, apresentado dias antes, segue também o LINK.
Sobre o show, é uma iniciativa do site NPR, sob o nome de NPR Music Presents, e será transmitido pela internet! O dia e horário, como indica o Site, são 05 de outubro e 7:30 PM ET / 4:30 PM PT (17:30 pelo horário de Brasília). Consta no site ainda que as canções serão apresentadas com a orquestra! Para comemorar a novidade, uma nova performance solo de Tori, para Silent All These Years.
Fonte: fórum Afterglow e Fórum Ears With Feet (obrigado a todos ^^)
Sobre o show, é uma iniciativa do site NPR, sob o nome de NPR Music Presents, e será transmitido pela internet! O dia e horário, como indica o Site, são 05 de outubro e 7:30 PM ET / 4:30 PM PT (17:30 pelo horário de Brasília). Consta no site ainda que as canções serão apresentadas com a orquestra! Para comemorar a novidade, uma nova performance solo de Tori, para Silent All These Years.
Fonte: fórum Afterglow e Fórum Ears With Feet (obrigado a todos ^^)
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
[Tradução] Boycotting Trends: Review do Gold Dust
O blog Boycotting Trends, especializado em arte, mas escrito por um toriphile convicto, publicou recentemente uma review sobre o Gold Dust. Nela, o autor pondera sobre as expectativas que tinha em relação ao lançamento, e o que considera ter sido lançado de fato. Segue a versão traduzida, e para ler a original, LINK.
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Trailer (aka “plug” sem vergonha): Para celebrar o lançamento de seu novo álbum, Gold Dust, PopMatters apresentará uma série chamada Performer Spotlight mês que vem, editada por Matt Mazur e Joe Vallese, incluindo algumas contribuições suas. Aqui está minha opinião sobre o Gold Dust, enquanto esta série não começa.
Como este novo disco, o segundo pela Deustche Grammophon em apenas um ano, a metamorfose de Amos numa bona fide artista clássica continua em ritmo acelerado. Seu último álbum, o laborioso Night of Hunters, foi um de suas mais refinadas conquistas: uma jornada arrepiante e imersiva, da noite ao amanhecer, e que tomou referências, delicada e dinamicamente, de uma grande variedade de peças clássicas, para formar uma obra com a personalidade de Amos (com personas e mitos, um relacionamento implodido, além da perda e recuperação do poder pessoal). Quando alcançou o Top 10 em três charts da Billboard simultaneamente (Clássico, Alternativo e Rock), o álbum elevou a cantora, nata em desafiar gêneros, ao lugar onde ela sempre deveria ter estado, ao mesmo tempo que os shows - acompanhados do brilhante Apollon Musagéte Quartett, aka a “Posse” Polonesa das Cordas - foram totalmente colossais.
O “momentum” gerado pela grandiosidade do Night of Hunters nos trouxe ao lançamento do Gold Dust, uma disco no qual, após incríveis 20 anos desde o lançamento do Little Earthquakes, encontramos Amos num estado apropriadamente reflexivo, unindo-se à holandesa Metropole Orchestra para regravar quatorze de suas canções em formato orquestral. As origens do projeto remetem a um show em que Tori tocou com esta orquestra, em outubro de 2010, um concerto bem recebido mas que, aparentemente, deixou a própria pianista um pouco desapontada. Com o épico Night of Hunters a seu favor, Amos se sentiu entusiasmada o bastante para assumir uma novo projeto de orientação clássica, quase imediatamente. Os resultados, porém, não são uma unanimidade.
“Os 20 anos servem para celebrar os diferentes momentos existentes - todas as bençãos, os diálogos que ocorreram e inspiraram estas canções”, disse Amos. “Meu relacionamento com todas estas canções mudou com o passar dos anos, e elas mudaram minha vida... [O projeto] não foi sobre capturar o passado; foi sobre compreender que elas tinham uma nova narrativa - 10 ou 20 anos depois de quando foram originalmente gravadas”. Certamente, as 14 faixas perfazem uma cobertura admirável do extenso catálogo de Tori, contendo músicas de todos os seus discos pré-NoH, exceto Y Kant Tori Read (1987), To Venus and Back (1999), Strange Little Girls (2001) e The Beekeeper (2005). Não obstante, a primeira questão a ser levantada sobre a nova coletânea é a escolha de material. Isso porque Amos e John Philip Shenale, responsável por seus arranjos há anos, optaram por incluir canções que, em sua maioria, já tinham cordas nas versões originais: “Winter” (do Little Earthquakes); “Cloud on my Tongue” e “Yes, Anastasia” (apresentada numa versão menor, própria de shows da cantora, o que desapontou um pouco) [Under the Pink]; “Marianne” (Boys for Pele) e “Jackie’s Strength” (from the choirgirl hotel); “Gold Dust” (Scarlet’s Walk); “Girl Disappearing” e “Programmable Soda” (American Doll Posse).
Canções sublimes, cada uma - provedoras de consolo, força, inspiração e até, para alguns de nós, nomes de blog - é sempre bom ouvi-las. Mas a ousada orquestração não consegue acrescentar muito a elas, neste disco. O problema, creio eu, é que Amos e Shenale não se permitiram ir muito longe nas mudanças sobre os arranjos originais de nenhuma dessas faixas, com o resultado de que todas elas assemelham-se bastante às suas versões anteriores. Bem dizer, as canções que realmente se beneficiam com a presença da orquestra são aquelas que não possuem cordas em seu DNA seminal. Aquela que adequadamente abre o disco, a cósmica Flavor (do disco Abnormally Attracted to Sin), é sem dúvidas a minha predileta: a faixa ganha um fluxo belo e sedutor nesta reedição (só uma tristeza: quando Amos canta “Whose God then is God?” não se parece mais com “Who’s got Benny’s God?”). “Precious Things” também adquire peso e conserva sua catarse, através do casamento soberbo da orquestra com a maneira dinâmica e característica de Tori tocar piano (além de um “girrl” bem rosnado na ponte).
De fato, Amos está com a voz em boa forma e há muito momentos tocantes espalhados pelo álbum (“Jackie’s Strenght”, em particular, é de um frescor brilhante, além dos “circles and circles” em “Cloud On My Tongue”). Na maior parte do tempo, porém, ela e Shenale parecem satisfeitos em se manter dentro de uma zona de conforto. Considerando o quanto Amos sempre foi criativa com suas canções ao vivo, e em como foi brilhantemente bem sucedida a injeção de fôlego dada em seu repertório pelo quarteto, ano passado, o “controle” na abordagem aqui é surpreendente. Lembram de Travelogue (2002), extraordinário álbum duplo de Joni Mitchell, uma referência para esforços do tipo “Pop vai à orquestra”, no qual tanto canções clássicas de Mitchell como outras menos conhecidas surgem, de forma renovada, como pequenas opus dinâmicas? Bem, são poucas as faixas de Gold Dust que passaram por acréscimos e transformações dramáticas, em comparação.
Apresentado com o esmero típico, Gold Dust pode ter mais a oferecer a um fã casual de Amos, em detrimento daqueles que já conhecem sua obra intimamente. Se, em última análise, o álbum parece menos essencial do que poderia ter sido, será, sem dúvida, interessante descobrir quais canções Amos escolherá como complemento ao disco, para as apresentações vindouras junto à Metropole. Além disso, talvez estes shows inspirem Tori a criar uma segunda - quem sabe mais radical e assumindo mais riscos - versão do Gold Dust, no futuro. Aproveito a oportunidade pra apresentar uma lista que, humildemente, fiz com canções que adoraria ver neste pretenso projeto: “Etienne,” “Caught A Lite Sneeze,” “Cruel,” “Black Dove (January),” “Liquid Diamonds,” “Merman,” “Never Seen Blue,” “Spring Haze,” “Carbon,” “Barons of Suburbia,” “Mother Revolution,” “The Beekeeper,” “Garlands” e - que entre!- “Datura.”
Entrevistas recentes!
A divulgação do Gold Dust continua a todo gás, o que fez Tori conceder entrevistas a mais e mais meios de comunicação, dentre eles os canais EFE e TimesTalks (ambos da Espanha), e o site The Arts Desk, sob o título "10 perguntas para Tori Amos" (para lê-la, clique AQUI).
Vale lembrar que hoje, mais cedo, Tori concedeu entrevista à Radio 4 da BBC, e o arquivo de 58 minutos com sua participação pode ser ouvido neste LINK. No mais, as entrevistas gravadas seguem abaixo:
CANAL EFE
TIMES TALKS MADRID (Cloud On My Tongue e Flying Dutchman foram apresentadas nele, mas a qualidade do audio não é favorável)
Vale lembrar que hoje, mais cedo, Tori concedeu entrevista à Radio 4 da BBC, e o arquivo de 58 minutos com sua participação pode ser ouvido neste LINK. No mais, as entrevistas gravadas seguem abaixo:
CANAL EFE
TIMES TALKS MADRID (Cloud On My Tongue e Flying Dutchman foram apresentadas nele, mas a qualidade do audio não é favorável)
timestalksmadrid on livestream.com. Broadcast Live Free
domingo, 23 de setembro de 2012
Torinotes! (3)
Com a proximidade do lançamento da coletânea Gold Dust (2 de outubro), vários artigos saíram na internet sobre Tori e o novo disco. Além deles, novas previews surgiram, e vamos mais uma vez resumir tudo numa postagem! Segue...
1 - As novas previews saíram no site alemão JPC! Para ouvi-las, clique AQUI.
2 - Tori concedeu uma entrevista ao Jornal El Mundo, na coluna "Encuentros", enquanto passava pela Espanha. Além de falar sobre o novo álbum, ela disse que pretende numa próxima turnê incluir o país em seu roteiro (vale lembrar que assim como o Brasil, Tori nunca passou por lá para apresentações). Como a matéria está toda em espanhol, dá para entendê-la em linhas gerais com facilidade, e para acessá-la, LINK.
3 - A Polari Magazine foi uma das primeiras a fazer uma review do Gold Dust, e o resultado não poderia ter sido melhor: além de receber 5 estrelas, o revisor discorre sobre a pungência emocional das novas faixas, dá detalhes sobre a instrumentação, sugerindo ainda que a nova versão de Jackie's Strenght é melhor que a original, de 1998. Faremos em breve a tradução desta matéria, e para quem quiser lê-la em versão original, clique AQUI.
4 - Segundo o site da Broadway, o musical de Tori tem estreia prevista para o final de 2013. Lembrem que, recentemente, Amos indicou que dedicaria o ano que vem para concluir os trabalhos na peça, o que atrasaria um disco de inéditas para 2014.
5 - O site PopMatters decidiu fazer de Tori a primeira personalidade do mundo da música a participar do SPOTLIGHT, uma série de matérias, algumas das quais com entrevistas, na qual o site se debruçará sobre o trabalho da pianista! A seção, agora chamada de Performer Spotlight, foi anunciada recentemente no SITE, e dentro em breve começam as matérias.
Fonte: Forum Afterglow
terça-feira, 18 de setembro de 2012
[Tradução] Entrevista para a Rolling Stone
Junto com a premiere de Silent All These Years e Gold Dust, foi publicada uma entrevista que a revista RS fez com Tori, e aqui segue a tradução! Nela, Tori fala sobre como foi regravar suas canções com quase 60 músicos no mesmo salão que ela, e ainda sobre as escolhas que teve de tomar durante a organização do álbum. Para ouvir as duas músicas apresentadas e ler o original >>> LINK
"Pareço extrovertida mas sou na verdade muito introvertida", disse Tori Amos num suspiro articulado. Sentada num apartamento Tribeca preenchido de luz, ela explica o porquê de, mesmo depois de uma vida inteira se apresentando ao vivo, foi uma experiência totalmente desesperadora gravar seu novo álbum, Gold Dust (lançamento em outubro, dia 2). O disco – segunda investida de Amos no universo da música clássica, logo depois de Night of Hunters (2011) – funciona como um livro de anotações de toda sua carreira, trazendo canções antigas e favoritas retrabalhadas com a orquestração da Metropole Orchestra.
Revisitar sua discografia não foi o que a intimidou; foi a orquestra em si que a deixou assim durante as gravações, nas quais ela registrou seus vocais em frente aos quase 60 musicistas (com quem Amos se apresentou pela primeira vez em 2010) e a equipe de seu selo (Deutsche Grammophon). "Canto sobre alguns dos momentos mais íntimos da minha vida, muitos deles escritos antes de me casar com Mark (Hawley, também seu engenheiro de som), e ele está lá, e todos sabem disso", disse ela. "Era como entrar num salão cheio de gente e expor seus pensamentos mais íntimos pouco depois de dizer a eles 'Olá'".
Com a premiere de duas canções do álbum – a faixa-título "Gold Dust" (originalmente do "Scarlet's Walk"[2002]) e "Silent All These Years" (de seu impactante debut solo, "Little Earthquakes" [1992]) – Rolling Stone sentou com Amos para discutir as escolhas para o disco e a ideia de revisitar Little Earthquakes 20 anos depois.
RS: Sua voz soa mais forte em muitas das canções do Gold Dust. Isso foi uma reação à orquestra com quem tocou junto, ou por causa de uma possível distância que exista entre você e as canções agora?
Existe uma rigidez no processo. Quando você compôs algo e quer que fique tudo nos conformes, tem de tomar certas decisões sobre como deve realizar a performance. Mas, uma vez que você venha tocando estas canções por 20 anos, você se permite ter certas inflexões. Não é preciso cantar da mesma maneira. Você pode se dar um pouco de liberdade.
RS: Obviamente Gold Dust não é uma compilação de Greatest Hits, mas ele de fato perpassa toda sua carreira. Como você selecionou as canções?
Foi sobre escolher canções que verdadeiramente se prestariam à orquestração. Muitos me alertavam sobre discos de artistas que tinham trabalhado com uma orquestra, e eles sentiam como se algo tivesse sido perdido – diluído, nada foi ganho com a experiência. Pensei, "Temos de reter a essência de quem essas song-girls são". Mas também, precisamos pensar em como criar uma narrativa dentro da qual elas possam viver juntas, harmonicamente. Muito deste processo foi baseado em selecionar canções com conteúdos distintos, mas que pudessem viver neste mundo, fazendo dele um álbum completo.
Algumas outras quiseram vir também, o que nos levou a pensar no tempo. "Hey Jupiter" esteve lá flutuando em volta, mas ela esteve na tour com o quarteto, então um arranjo já existia. E você a verá – ela surgirá ao vivo. Mas não tivemos como conclui-la para ser gravada com a Metropole. Escolhi fazer "Gold Dust" no lugar dela, uma peça bastante complexa. Senti que precisava de algo que funcionasse como título do disco e "comandante" para explicar qual o conceito da obra, dando suporte a todas as outras e tratando o projeto como uma caixa de memórias.
RS: Olhando para o Little Earthquakes e agora, 20 anos depois, retrabalhando canções dele, como sua relação emocional com este disco mudou?
Eu lhe garanto que me relaciono com estas canções até hoje. Na gravação original, eu mal via as músicas tridimensionalmente... Agora esta relação é desencadeada por conta de uma experiência que ressurge na memória, ou uma conversa que tive com alguém. Isso me leva lá imediatamente, e então você pode se aproximar da consciência daquela canção – as song-girls. Para este disco, estas song-girls tem passaportes, já que viajaram pelo mundo. Conheci muita gente, que em troca me contaram suas histórias envolvendo minha música, então cada peça tem infindáveis polaróides ligadas a elas. Foi algo construído com o passar dos anos.
Quando comecei a tocar com a orquestra, passei a ver novas imagens. Um bom exemplo foi o ocorrido com "Winter" (do Little Earthquakes). Não via mais a mim mesma correndo sobre uma colina, mas sim uma imagem de Mark e Tash (filha de Amos, Natashya) em Viena. Ela era uma garotinha, 2 ou 3 anos, e tinha caído no gelo. Ele a pegou enquanto ela chorava por ter machucado seu joelhinho nas calças apertadas que usava. Houve um momento em que Tash pôs sua mão sobre a de seu pai e eu pensei, "Não sou mais a garotinha desta imagem - tudo bem".
RS: Imagino que você tenha ouvido muitas histórias envolvendo as canções que escreveu sobre o estupro. Quais delas vem à sua mente com "Silent All These Years", além da sua própria?
Conheci diferentes mulheres durante os anos, de momentos bem diferentes em suas vidas. Uma que lembro foi uma juíza sofrendo por um relacionamento com violência doméstica. Estava numa encruzilhada por não querer se expor, já que era uma mulher poderosa em sua vida cotidiana, mas continuava envolvida numa relação como esta. Ela sairia durante o dia, deleitando-se sobre como as pessoas a viam – justa e sensata – sendo, porém, injusta consigo mesma em sua vida pessoal. Essa juíza me disse que "Silent All These Years" a estava dando força para fazer mudanças em sua vida.
Anos depois, quando toquei em Israel, estava no banheiro de um aeroporto quando uma mulher do oriente médio me abordou. Ela falou, "não pense que não estamos ouvindo. Passamos sua música às escondidas umas às outras e é algo secreto que nós conhecemos, então não pare". "Silent All These Years" foi uma das canções mencionadas. Nesses momentos, põe-se em perspectiva meu eu de 20 e poucos anos, mais focado nos charts do que no poder da música. Eu não compreendia o valor em minha mente de uma mulher do Oriente Médio me abordando e dizendo: "Não pare".
"Pareço extrovertida mas sou na verdade muito introvertida", disse Tori Amos num suspiro articulado. Sentada num apartamento Tribeca preenchido de luz, ela explica o porquê de, mesmo depois de uma vida inteira se apresentando ao vivo, foi uma experiência totalmente desesperadora gravar seu novo álbum, Gold Dust (lançamento em outubro, dia 2). O disco – segunda investida de Amos no universo da música clássica, logo depois de Night of Hunters (2011) – funciona como um livro de anotações de toda sua carreira, trazendo canções antigas e favoritas retrabalhadas com a orquestração da Metropole Orchestra.
Revisitar sua discografia não foi o que a intimidou; foi a orquestra em si que a deixou assim durante as gravações, nas quais ela registrou seus vocais em frente aos quase 60 musicistas (com quem Amos se apresentou pela primeira vez em 2010) e a equipe de seu selo (Deutsche Grammophon). "Canto sobre alguns dos momentos mais íntimos da minha vida, muitos deles escritos antes de me casar com Mark (Hawley, também seu engenheiro de som), e ele está lá, e todos sabem disso", disse ela. "Era como entrar num salão cheio de gente e expor seus pensamentos mais íntimos pouco depois de dizer a eles 'Olá'".
Com a premiere de duas canções do álbum – a faixa-título "Gold Dust" (originalmente do "Scarlet's Walk"[2002]) e "Silent All These Years" (de seu impactante debut solo, "Little Earthquakes" [1992]) – Rolling Stone sentou com Amos para discutir as escolhas para o disco e a ideia de revisitar Little Earthquakes 20 anos depois.
RS: Sua voz soa mais forte em muitas das canções do Gold Dust. Isso foi uma reação à orquestra com quem tocou junto, ou por causa de uma possível distância que exista entre você e as canções agora?
Existe uma rigidez no processo. Quando você compôs algo e quer que fique tudo nos conformes, tem de tomar certas decisões sobre como deve realizar a performance. Mas, uma vez que você venha tocando estas canções por 20 anos, você se permite ter certas inflexões. Não é preciso cantar da mesma maneira. Você pode se dar um pouco de liberdade.
RS: Obviamente Gold Dust não é uma compilação de Greatest Hits, mas ele de fato perpassa toda sua carreira. Como você selecionou as canções?
Foi sobre escolher canções que verdadeiramente se prestariam à orquestração. Muitos me alertavam sobre discos de artistas que tinham trabalhado com uma orquestra, e eles sentiam como se algo tivesse sido perdido – diluído, nada foi ganho com a experiência. Pensei, "Temos de reter a essência de quem essas song-girls são". Mas também, precisamos pensar em como criar uma narrativa dentro da qual elas possam viver juntas, harmonicamente. Muito deste processo foi baseado em selecionar canções com conteúdos distintos, mas que pudessem viver neste mundo, fazendo dele um álbum completo.
Algumas outras quiseram vir também, o que nos levou a pensar no tempo. "Hey Jupiter" esteve lá flutuando em volta, mas ela esteve na tour com o quarteto, então um arranjo já existia. E você a verá – ela surgirá ao vivo. Mas não tivemos como conclui-la para ser gravada com a Metropole. Escolhi fazer "Gold Dust" no lugar dela, uma peça bastante complexa. Senti que precisava de algo que funcionasse como título do disco e "comandante" para explicar qual o conceito da obra, dando suporte a todas as outras e tratando o projeto como uma caixa de memórias.
RS: Olhando para o Little Earthquakes e agora, 20 anos depois, retrabalhando canções dele, como sua relação emocional com este disco mudou?
Eu lhe garanto que me relaciono com estas canções até hoje. Na gravação original, eu mal via as músicas tridimensionalmente... Agora esta relação é desencadeada por conta de uma experiência que ressurge na memória, ou uma conversa que tive com alguém. Isso me leva lá imediatamente, e então você pode se aproximar da consciência daquela canção – as song-girls. Para este disco, estas song-girls tem passaportes, já que viajaram pelo mundo. Conheci muita gente, que em troca me contaram suas histórias envolvendo minha música, então cada peça tem infindáveis polaróides ligadas a elas. Foi algo construído com o passar dos anos.
Quando comecei a tocar com a orquestra, passei a ver novas imagens. Um bom exemplo foi o ocorrido com "Winter" (do Little Earthquakes). Não via mais a mim mesma correndo sobre uma colina, mas sim uma imagem de Mark e Tash (filha de Amos, Natashya) em Viena. Ela era uma garotinha, 2 ou 3 anos, e tinha caído no gelo. Ele a pegou enquanto ela chorava por ter machucado seu joelhinho nas calças apertadas que usava. Houve um momento em que Tash pôs sua mão sobre a de seu pai e eu pensei, "Não sou mais a garotinha desta imagem - tudo bem".
RS: Imagino que você tenha ouvido muitas histórias envolvendo as canções que escreveu sobre o estupro. Quais delas vem à sua mente com "Silent All These Years", além da sua própria?
Conheci diferentes mulheres durante os anos, de momentos bem diferentes em suas vidas. Uma que lembro foi uma juíza sofrendo por um relacionamento com violência doméstica. Estava numa encruzilhada por não querer se expor, já que era uma mulher poderosa em sua vida cotidiana, mas continuava envolvida numa relação como esta. Ela sairia durante o dia, deleitando-se sobre como as pessoas a viam – justa e sensata – sendo, porém, injusta consigo mesma em sua vida pessoal. Essa juíza me disse que "Silent All These Years" a estava dando força para fazer mudanças em sua vida.
Anos depois, quando toquei em Israel, estava no banheiro de um aeroporto quando uma mulher do oriente médio me abordou. Ela falou, "não pense que não estamos ouvindo. Passamos sua música às escondidas umas às outras e é algo secreto que nós conhecemos, então não pare". "Silent All These Years" foi uma das canções mencionadas. Nesses momentos, põe-se em perspectiva meu eu de 20 e poucos anos, mais focado nos charts do que no poder da música. Eu não compreendia o valor em minha mente de uma mulher do Oriente Médio me abordando e dizendo: "Não pare".
[Tradução] The Daily Beast
NOTA: leia a original AQUI!
GOLD DUST, DA TORI AMOS, INJETA EM SEUS HITS UM SABOR CLÁSSICO
Quando Tori Amos decidiu comemorar os 20 anos de aniversário de seu debut (Little Earthquakes), gravando versões orquestrais de canções que perfazem toda sua carreira, ela sabia que estava assumindo um risco. "Seu coração afunda e você fica petrificado", disse ela sobre o processo de gravar com a renomada Metropole Orchestra, “porque você percebe que se fizer as coisas errado, não terá como olhar no rosto de ninguém outra vez. Músicos pop conseguem às vezes errar feio quando adentram no universo do clássico ou da ópera. O cemitério é cheio deles.”
Amos não precisava ter se preocupado. Diferente de outros tão falados esforços semelhantes ao dela — pense em Elvis Costello colaborando com the Brodsky String Quartet em The Juliet Letters — Gold Dust (lançamento em Out. 2) soa menos como uma quebra radical em sua obra e mais como um passo além em sua evolução. Expulsa do Conservatório de Música Peabody, em Baltimore (Amos foi convidada a entrar nele aos 5 e saiu de lá com 10 anos), a cantora de 49 anos fez sua carreira de canções elaboradas que adicionavam detalhes clássicos (além do aspecto mais teatral do glam-rock) ao estilo de composição baseado no piano de Joni Mitchell e Elton John. Amos diz ter passado anos "fugindo" da música clássica. Mas durante o preparo deste álbum ela decidiu que "sentaria sozinha por horas e horas, afundando nestas obras primas", de Bach e Chopin a Stravinsky e Prokofiev. “Me senti mais 'humilde' ao ver como a mente deles trabalhava. Tive um romance com cada um desses homens mortos.”
O resultado captura emocionalmente e está mais distante da música pop contemporânea do que você possa imaginar. "Não pense que não canto junto quando Natashya (filha de Tori, 12 anos) toca Call Me Maybe no rádio", disse Amos. "Mas nós cantamos 'Kill Me Maybe'". Enquanto nos dias de hoje as gravadoras e produtores gravitam em torno do que Tori chama de "compositores banais", as coisas eram diferentes quando ela começou, há 20 anos atrás. "Compositores eram encorajados a ir além da superfície e falar sobre conteúdos e emoções que tirassem as pessoas de seu lugar comum", disse a cantora. “Se estivesse começando hoje minha carreira, com esta proposta, não sei se conseguiria um contrato de gravação.”
É essa proposta, ao menos na mesma medida de seu talento como uma compositora popular, que a transformou num ícone feminista, com canções como “Crucify,” “God,” e “Cornflake Girl” tocando em rádios alternativas nos anos 90, e dando a ela a chance de vender 12 milhões de álbuns, durante estes 20 anos. Little Earthquakes era cheio de canções sobre mulheres levantando-se contra opressores, exigindo que fossem ouvidas, e recusando-se a se punir pelo abuso que sofreram, comumente na mão de homens (“Me and a Gun”, uma sombria canção a capella que trata do estupro sofrido por ela, não deixou de ser arrepiante mesmo tendo hoje 20 anos). O tema de provocação sexual atravessa todos os seus discos e dá gás para seu trabalho com o RAINN (Rape, Abuse & Incest National Network), organização sem fins lucrativos cofundada pela cantora em 1994. Sua música também inspirou uma certa categoria de compositoras, entre elas Alanis Morissette, Fiona Apple, Beth Orton, e Regina Spektor — por tratarem com franqueza em suas letras sobre tópicos como sexo, vergonha, poder e violência.
Perguntada se ela pensa em ir ainda mais fundo no universo clássico, Amos é evasiva. Ouvir com tanta dedicação os velhos mestres fez com que, segundo ela, "mudasse a forma como eu vejo tudo agora, como eu escuto", mas como ela ainda considera estar gravando seu nome na história da música, prefere não definir isso ainda. Depois de uma breve turnê europeia para dar suporte a Gold Dust, (uma leg norteamericana seria "muito cara"), seu próximo objetivo é completar o trabalho em seu musical The Light Princess, inspirado por West Side Story (NP: creio que esteja errado, pois a original é um conto de fadas). E então, talvez, "se vir a inspiração", um novo álbum de canções pop-rock. O importante é manter-se assumindo riscos. Trabalhar com uma orquestra "foi perigoso", disse Amos. "E eu gosto de um pouco de perigo".
Fonte: a notícia chegou a mim por Bruno Paulino! Obrigado a ele ^^
PS: junto com Silent... e Gold Dust, a Rolling Stone publicou uma pequena entrevista com Tori, que será traduzida em breve também!
GOLD DUST, DA TORI AMOS, INJETA EM SEUS HITS UM SABOR CLÁSSICO
Quando Tori Amos decidiu comemorar os 20 anos de aniversário de seu debut (Little Earthquakes), gravando versões orquestrais de canções que perfazem toda sua carreira, ela sabia que estava assumindo um risco. "Seu coração afunda e você fica petrificado", disse ela sobre o processo de gravar com a renomada Metropole Orchestra, “porque você percebe que se fizer as coisas errado, não terá como olhar no rosto de ninguém outra vez. Músicos pop conseguem às vezes errar feio quando adentram no universo do clássico ou da ópera. O cemitério é cheio deles.”
Amos não precisava ter se preocupado. Diferente de outros tão falados esforços semelhantes ao dela — pense em Elvis Costello colaborando com the Brodsky String Quartet em The Juliet Letters — Gold Dust (lançamento em Out. 2) soa menos como uma quebra radical em sua obra e mais como um passo além em sua evolução. Expulsa do Conservatório de Música Peabody, em Baltimore (Amos foi convidada a entrar nele aos 5 e saiu de lá com 10 anos), a cantora de 49 anos fez sua carreira de canções elaboradas que adicionavam detalhes clássicos (além do aspecto mais teatral do glam-rock) ao estilo de composição baseado no piano de Joni Mitchell e Elton John. Amos diz ter passado anos "fugindo" da música clássica. Mas durante o preparo deste álbum ela decidiu que "sentaria sozinha por horas e horas, afundando nestas obras primas", de Bach e Chopin a Stravinsky e Prokofiev. “Me senti mais 'humilde' ao ver como a mente deles trabalhava. Tive um romance com cada um desses homens mortos.”
O resultado captura emocionalmente e está mais distante da música pop contemporânea do que você possa imaginar. "Não pense que não canto junto quando Natashya (filha de Tori, 12 anos) toca Call Me Maybe no rádio", disse Amos. "Mas nós cantamos 'Kill Me Maybe'". Enquanto nos dias de hoje as gravadoras e produtores gravitam em torno do que Tori chama de "compositores banais", as coisas eram diferentes quando ela começou, há 20 anos atrás. "Compositores eram encorajados a ir além da superfície e falar sobre conteúdos e emoções que tirassem as pessoas de seu lugar comum", disse a cantora. “Se estivesse começando hoje minha carreira, com esta proposta, não sei se conseguiria um contrato de gravação.”
É essa proposta, ao menos na mesma medida de seu talento como uma compositora popular, que a transformou num ícone feminista, com canções como “Crucify,” “God,” e “Cornflake Girl” tocando em rádios alternativas nos anos 90, e dando a ela a chance de vender 12 milhões de álbuns, durante estes 20 anos. Little Earthquakes era cheio de canções sobre mulheres levantando-se contra opressores, exigindo que fossem ouvidas, e recusando-se a se punir pelo abuso que sofreram, comumente na mão de homens (“Me and a Gun”, uma sombria canção a capella que trata do estupro sofrido por ela, não deixou de ser arrepiante mesmo tendo hoje 20 anos). O tema de provocação sexual atravessa todos os seus discos e dá gás para seu trabalho com o RAINN (Rape, Abuse & Incest National Network), organização sem fins lucrativos cofundada pela cantora em 1994. Sua música também inspirou uma certa categoria de compositoras, entre elas Alanis Morissette, Fiona Apple, Beth Orton, e Regina Spektor — por tratarem com franqueza em suas letras sobre tópicos como sexo, vergonha, poder e violência.
Perguntada se ela pensa em ir ainda mais fundo no universo clássico, Amos é evasiva. Ouvir com tanta dedicação os velhos mestres fez com que, segundo ela, "mudasse a forma como eu vejo tudo agora, como eu escuto", mas como ela ainda considera estar gravando seu nome na história da música, prefere não definir isso ainda. Depois de uma breve turnê europeia para dar suporte a Gold Dust, (uma leg norteamericana seria "muito cara"), seu próximo objetivo é completar o trabalho em seu musical The Light Princess, inspirado por West Side Story (NP: creio que esteja errado, pois a original é um conto de fadas). E então, talvez, "se vir a inspiração", um novo álbum de canções pop-rock. O importante é manter-se assumindo riscos. Trabalhar com uma orquestra "foi perigoso", disse Amos. "E eu gosto de um pouco de perigo".
Fonte: a notícia chegou a mim por Bruno Paulino! Obrigado a ele ^^
PS: junto com Silent... e Gold Dust, a Rolling Stone publicou uma pequena entrevista com Tori, que será traduzida em breve também!
Torinotes! (2)
UPDATE: o site da Rolling Stone disponibilizou agora há pouco streaming para ouvir Silent All These Years e Gold Dust! Ouça AQUI!
Com o início da promoção para o Gold Dust, Tori começa a aparecer em diferentes portais midiáticos e eventos públicos. Aqui um aparato geral de links postados também em nossa página do facebook:
1 - Ao canal BBC, Tori falou um pouco sobre seu receio com os paparazzi, chegando a afirmar que não usa biquinis nem em sua própria casa em função deles! Para assistir, clique AQUI.
2 - O site The Daily Beast postou uma matéria baseada em uma entrevista com Tori, na qual ela fala inclusive sobre quais os possíveis rumos de sua carreira, após o lançamento do Gold Dust. Será traduzida e postada ainda hoje aqui, mas para quem quiser lê-la em sua versão original, LINK.
3 - Algumas fotos amadoras foram tiradas de Amos na primeira fila do desfile do estilista Bernard Chandran (a que ilustra esta postagem foi retirada do facebook do Yessaid). Além disso, a cantora deu uma pequena entrevista registrada no vídeo logo abaixo!
Com o início da promoção para o Gold Dust, Tori começa a aparecer em diferentes portais midiáticos e eventos públicos. Aqui um aparato geral de links postados também em nossa página do facebook:
1 - Ao canal BBC, Tori falou um pouco sobre seu receio com os paparazzi, chegando a afirmar que não usa biquinis nem em sua própria casa em função deles! Para assistir, clique AQUI.
2 - O site The Daily Beast postou uma matéria baseada em uma entrevista com Tori, na qual ela fala inclusive sobre quais os possíveis rumos de sua carreira, após o lançamento do Gold Dust. Será traduzida e postada ainda hoje aqui, mas para quem quiser lê-la em sua versão original, LINK.
3 - Algumas fotos amadoras foram tiradas de Amos na primeira fila do desfile do estilista Bernard Chandran (a que ilustra esta postagem foi retirada do facebook do Yessaid). Além disso, a cantora deu uma pequena entrevista registrada no vídeo logo abaixo!
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Torinotes!
UPDATE: Acabamos de ver, através do @ToriAmosJp que MAYBE CALIFORNIA foi inclusa como bonus track no Gold Dust da iTunes inglesa! Há boatos de que Snow Angel virá como bonus track em outras edições!
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Saíram recentemente algumas notícias e boatos interessantes, e decidi sumarizá-los nesta postagem. Seguem...
1 - Ao que parece, ano que vem o musical escrito por Tori finalmente sairá do papel! A atriz Rosalie Craig disse à OK! Magazine (AQUI) que em 2013 estrelará "The Light Princess" no National Theatre, da Inglaterra. Ela ainda disse que ficará suspensa pelo ar, mas a intenção é que ela pareça flutuar, não voar. Para quem não sabe, o conto de George Macdonald que inspira a peça conta a história de uma princesa amaldiçoada a não ter peso, o que a faz ser leve o bastaste para permanecer em constante flutuação. (dica de Bruno Paulino, obrigado amigo!)
2 - Tori ganhou um prêmio Echo Klassik na Alemanha pelo Night of Hunters, como já noticiamos (LINK), e participará da cerimônia no dia 14 de outubro! De quebra, é possível que ela vá também num programa matinal na TV alemã ZDF, dia 15. É esperar para ver!
Fonte: Forum Afterglow
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Saíram recentemente algumas notícias e boatos interessantes, e decidi sumarizá-los nesta postagem. Seguem...
1 - Ao que parece, ano que vem o musical escrito por Tori finalmente sairá do papel! A atriz Rosalie Craig disse à OK! Magazine (AQUI) que em 2013 estrelará "The Light Princess" no National Theatre, da Inglaterra. Ela ainda disse que ficará suspensa pelo ar, mas a intenção é que ela pareça flutuar, não voar. Para quem não sabe, o conto de George Macdonald que inspira a peça conta a história de uma princesa amaldiçoada a não ter peso, o que a faz ser leve o bastaste para permanecer em constante flutuação. (dica de Bruno Paulino, obrigado amigo!)
2 - Tori ganhou um prêmio Echo Klassik na Alemanha pelo Night of Hunters, como já noticiamos (LINK), e participará da cerimônia no dia 14 de outubro! De quebra, é possível que ela vá também num programa matinal na TV alemã ZDF, dia 15. É esperar para ver!
Fonte: Forum Afterglow
domingo, 9 de setembro de 2012
Previews do Gold Dust!
O iTunes acaba de incluir em seu site as previews do Gold Dust, indicando também a futura venda pela loja digital! Caso queira ouvir, clique AQUI e clique em "view in iTunes" (ao que parece, é preciso ter o programa baixado em seu computador).
iTunes has just released the clips from "Gold Dust"! If you wanna listen to them, click HERE and after that click in "view in iTunes" (it seems that it's necessary to have iTunes on your computer!).
Fonte/Source: Tumblr Ear With Feet
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Gold Dust (Trailer)
A Deutsche Grammophon divulgou uma vídeo mostrando bastidores da gravação do Gold Dust, intercalados com uma linda Tori falando sobre o processo criativo do disco. Quem me deu a dica foi o toriphile Edson Alves, então muito obrigado!
UPDATE: Decidi transcrever e traduzir as falas de Tori do vídeo, e aqui estão!
Acho que, de certa forma, chegar aos 20 anos de carreira é sobre celebrar os diversos momentos que vivi. Todas as bençãos, as conversas e interações que inspiraram estas canções, e é uma coleção de novas gravações para demonstrar quem elas são agora, quem elas se tornaram.
Uma orquestra é um organismo, uma criatura. Diferente de quando trabalho com uma banda, já que esta ainda é formada de indivíduos. E quando você adentra nesse grande cômodo, e os vê todos juntos, eles têm trabalhado juntos já por tantos anos que acabam funcionando como um só. Sinto-me maravilhada pelo som, quando ouço o que eles produzem vindo em minha direção... É como se seu corpo começasse a mudar.
Eu não quis apenas canções de 20 anos atrás, as que foram escritas para o Little Earthquakes ou por volta daquele período. Se assim escolhesse, elas não nos trariam ao presente, então me pareceu que precisávamos abordar os 20 anos como um todo, adicionando músicas de diferentes molduras temporais, para ter como resultado uma imagem fidedigna de todo esse tempo. As pessoas então ouvirão as novas gravações, e poderão através delas lembrar de onde estavam quando as versões originais foram lançadas, bem como já ter uma perspectiva nova sobre as canções hoje.
UPDATE: Decidi transcrever e traduzir as falas de Tori do vídeo, e aqui estão!
Acho que, de certa forma, chegar aos 20 anos de carreira é sobre celebrar os diversos momentos que vivi. Todas as bençãos, as conversas e interações que inspiraram estas canções, e é uma coleção de novas gravações para demonstrar quem elas são agora, quem elas se tornaram.
Uma orquestra é um organismo, uma criatura. Diferente de quando trabalho com uma banda, já que esta ainda é formada de indivíduos. E quando você adentra nesse grande cômodo, e os vê todos juntos, eles têm trabalhado juntos já por tantos anos que acabam funcionando como um só. Sinto-me maravilhada pelo som, quando ouço o que eles produzem vindo em minha direção... É como se seu corpo começasse a mudar.
Eu não quis apenas canções de 20 anos atrás, as que foram escritas para o Little Earthquakes ou por volta daquele período. Se assim escolhesse, elas não nos trariam ao presente, então me pareceu que precisávamos abordar os 20 anos como um todo, adicionando músicas de diferentes molduras temporais, para ter como resultado uma imagem fidedigna de todo esse tempo. As pessoas então ouvirão as novas gravações, e poderão através delas lembrar de onde estavam quando as versões originais foram lançadas, bem como já ter uma perspectiva nova sobre as canções hoje.
domingo, 2 de setembro de 2012
Entrevista na BBC Radio 6
Tori deu uma entrevista para a BBC radio 6, em que falou ao apresentador Matt Everitt sobre suas influências, o relacionamento com seu pai (como ministro de uma igreja), entre outras coisas, numa conversa que durou uma hora.
Para ouvir o áudio completo, clique AQUI.
Agradecemos Bruno Paulino pelo link!
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